quarta-feira, 7 de junho de 2017

Velhos doidos nos Guns'N'Roses


Mais uma jornada combinada com a malta do costume.
Os Guns estavam à nossa espera...como se viria a comprovar mais adiante.
Para pequeno-almoço, uns bolinhos de bacalhau e uma cerveja, acompanhado pelo Leo, que achou que o pai era maluco.
Enquanto esperava pelo Castro, fui contribuindo para o aumento de lucro da Sociedade Central de Cervejas.
Lá arrancamos para Valongo em busca do Melias, já que o outro recolhedor se tinha, como habitualmente, atrasado.
Esperamos uma meia-hora e lá apareceu o Raposinho.
Como já estávamos uma pouco atrasados, resolvemos iniciar a "tour" com umas bifanas do Toninho, actualmente as melhores do país. Já abastecidos, começamos a viagem para Algés.
Fizemos uma paragem no Pombal para abastecimento, não da viatura, mas apenas dos ocupantes.
Seguindo de novo, com animada conversa sobre bola, com o Melias a debitar conhecimento e ideias para um projecto que soa a aliciante e sobre tudo o que normalmente os "machos" falam...
Com o eixo Norte-Sul a rebentar pelas costuras, as filas imperavam e atrasavam a nossa viagem
A chegada a Lisboa, ao Marquês, foi por volta das 17h00. Sorte no estacionamento, mesmo em frente ao Hostel Marquês Soul, com um check-in atribulado visto o quarto já ter ocupantes que seriam desalojados mesmo antes de o estar.
Check-in feito, paragem na cervejaria ao lado do hostel, para novo abastecimento com uns tremoços para ajudar.
O almoço previsto, iria ser no Ramiro, mas devido ao adiantado da hora já não iria ser possível. A ideia era seguir directamente para Algés e lá tratar da refeição, supostamente ainda o almoço...
Taxi seria a melhor opção e não faltaram tentativas de apanhar algum, todas sem sucesso, e Avenida da Liberdade abaixo, seguimos a dar tudo por tudo. Durante o percurso pedonal, a ideia do Tuk-Tuk surgiu e investimos logo directos ao primeiro que apareceu.
-Preço? 25€. Aceite e rápido com isso Francisco! Cabelos ao vento!!!
O Francisco, "miúdo" com 29 anos, mestrado em Engenharia Civil, já conduzia estes simpáticos veículos há 9 anos, tinha pago o curso com o dinheiro amealhado nesta actividade e preparava-se agora, para se "mandar" para a América do Sul em busca da felicidade. Era o nosso motorista. Foi um agradável guia, falava pelos cotovelos mas sempre muito educado e simpático. Infelizmente fez uma escolha errada no trajecto e "apenas" demorámos 1h15 do Marquês a Algés, que sáo uns míseros 10km,
Acabou por ser uma escolha forçada mas porreira por ser a nossa 1ª vez nestes veículos e por ser uma forma um pouco bizarra de viajar para um concerto. Tudo correu bem até porque estávamos bem agasalhados (apenas t'shirt) para viajar neste tipo de veículo, mas bem "abastecidos"...
Quando chegamos a Algés, já se ouvia o som do recinto, mas a fome apertava! Estava ainda imensa gente cá fora, tudo a "abastecer" e nós para não fugirmos à regra, também o iríamos fazer. A escolha, devido a quase todos os estabelecimentos de restauração estarem a rebentar pelas costuras, recaíu numa churrascaria take-away. Frango no churrasco, vinho e batatas fritas, tudo para comer no meio da avenida, de pé e sujeitos a um vendaval tremendo. Claro que, umas excelentes condições estavam reunidas para o tão desejado "almoço", às 20h....
Tudo a voar, copos, pratos, guardanapos, vinho, cerveja, batatas, acho que só mesmo o frango e nós próprios é que não fomos levados.
Estava quase na hora dos Guns, e isto sem ter-mos visto nenhuma das outras bandas.
Cafézinho, tabaco e bora lá para o recinto. A vista não era promissora, parecia que toda a gente tinha
escolhido aquela hora para entrar. Estava tudo demorado e a ansiedade ia aumentando.
Fila vagarosa, mas acho que "eles" estavam mesmo à nossa espera. Mal entramos começou o Rock!
Uma multidão incrível (57.800 pessoas) enchia por completo o local. De notar uma vasta panóplia de idades, com estilos diferentes a fazer concluir que os Guns chegam de facto a toda a gente.
Para abrir, começaram a soar os primeiros tiros de pistola e adivinhava-se o tema dos Looney Tunes. Mas a primeira música a valer foi o famoso "It's so easy" e realmente tudo pareceu simples a partir daí, principalmente os acordes que saíram das mãos do Slash, que esteve genial durante todo o concerto.
O Axl teve momentos muito bons mas com outros em que se denotou alguma dificuldade em atingir alguns registos.
"Welcome to the Jungle", "Estranged" e "Paradise City" foram na minha opinião as grandes músicas da noite, assim como um emotivo "Black Hole Sun" para homenagear o desaparecido Cornell.
Entre cervejas, risos, choros e muita maluqueira, nós, os amigos, divertimo-nos à brava. Acho que foi realmente um grande concerto, não apenas em duração (quase 3 horas), mas sim em qualidade e intensidade.
Após o término, começou a verdadeira confusão!
Com os telemóveis sem bateria e uma grande vontade de "verter águas", a coisa tinha de dar para o torto. Antes de nos separarmos, o combinado foi no balcão do "Merchandising" após as necessidades fisiológicos satisfeitas. O problema foi que existiam 2 balcões com o mesmo nome e em locais opostos no recinto. É claro que daí até nos juntarmos novamente, passaram quase 2 horas...
O que ainda safou a coisa foi o meu telemóvel da empresa ser um Nokia barato, sem grande tecnologia mas com uma bateria que dura 1 semana. Fui recebendo chamadas da minha mulher, que estava a ser contactada pela Geni (esposa do Castro), que por sua vez foi contactada por várias pessoas a quem o Castro pedia para ligar para encontrar os amigos. E lá nos safamos!
Tínhamos que voltar para a Baixa lisboeta para jantar algo bom, com alguma tranquilidade e qualidade. E assim iniciamos a viagem de volta.
Saímos do recinto e começamos descontraidamente a seguir outro pessoal que, pensamos nós, iria também para Lisboa. Andamos, andamos, andamos e instintivamente começamos a concluir que talvez aquela malta apenas estava a deslocar-se, ou para casa ou para os respectivos veículos. Isto depois de uns Kms percorridos. talvez fosse melhor pensar em "apanhar um autocarro" ou outra "coisa qualquer", por isso atravessamos a Avenida para uma estrada interior onde passariam autocarros de certeza.
Ficamos na 1ª paragem de Bus que apareceu, recebidos por um "miúdo" de Matosinhos com a sua namorada que já lá estavam há uns bons 45 minutos e nada de Bus... O miúdo, portista ferrenho, só falava em video-árbitro e penaltis não assinalados e outros mal-assinalados, o que para quatro benfiquistas não estava a ser nada agradável, tanto pelo adiantado da hora, como da fome, como do "estado anímico". Mas o já inesperado autocarro surgiu como se D. Sebastião tivesse aparecido do meio do nevoeiro! A abarrotar, mas, com boa-vontade e uns bons apertos e empurrões, lá entramos todos. O Castro ainda se conseguiu colocar mais para a parte central do veículo, o Nuno, não me recordo, eu e o Melias ficamos encostados, literalmente, ao condutor-revisor, que nos "comeu" 8 euros pela viagem...só a nós porque mais ninguém lhe pagou!!! Nabos, chegaria eu à conclusão no final da viagem.
Tocou-nos um motorista completamente doido, racista e provavelmente tarado sexual. "Pretos é para atropelar", dizia ele, "cheiram mal e só querem é andar aos tiros". "Só paro para miúdas de mini-saia"! E não é que não parava em nenhum dos sítios em que o deveria fazer!
Até que uma voz soou bem alto a pedir para deixarmos sair uma "Princesa" que já tinha tocado na campainha há 2 paragens atrás, era o Castro a ordenar!! A "Princesa" devia ter uns 70 anitos e foi gargalhada geral, isto sem maldade nem desrespeito mas apenas pelo cómico da situação. Foi um dos momentos da noite. E lá seguimos até ao Cais do Sodré, cantando SLB, sem mais paragens...
A nossa intenção seguinte era comer, mas apenas os bares se encontravam abertos. Ainda pensamos em subir até ao Bairro Alto mas uma paragem à porta de um bar, seguida de uma pergunta ao porteiro que estava cá fora, (Steven Seagal) sem tirar nem pôr, demoveu-nos de tal caminhada. O Steven Seagal aconselhou-nos o British Bar, que segundo ele, seria o único sítio onde se conseguiria trincar algo.
Quando entramos no British o ambiente ainda estava calmo e com várias mesas de vago. O som era de AC/DC, que estava a passar nos inúmeros écrans espalhados pela pequena sala. Bom som!
Uns pregos em pão foram a escolha para o petisco, não por nos apetecer mas porque não havia mais nada, e foram definitivamente os piores da minha vida. Pão fraco, bife que não era de carne, não sei do que seria feito, tudo horrível, salvando-se a boa cerveja e o "Papa-Figos" que foi a melhor bebida da noite. 1,90€ ou melhor, 19,00€ porque achamos que a vírgula mudou de sítio enquanto o bebíamos.
A casa ia enchendo e acabou ao rubro, com malta a curtir de facto os grandes solos do Angus.
Ainda pensamos em ir beber um copo a outro local, até porque ainda não tínhamos bebido quase nada, mas opção tomada foi a de regressarmos ao Hostel até porque já era bastante tarde e o ambiente no cais Sodré estava bastante pesado.
E lá iniciamos novamente a caminhada. Subir era a palavra e o cansaço começou a apertar. Era então hora de chamar um Taxi. E saíu-nos mais uma "grande figura", Fernando Rocha" de seu nome, não o humorista mas sim o taxista. Bom condutor e conhecedor da cidade, levou-nos até ao destino sãos e salvos. Não era difícil porque estávamos a 1,5km...
Acho que já tínhamos adormecido antes de chegar ao quarto.
Foi um sono merecido e santo!

A viagem matinal para o Porto foi normal, apenas com um pouco de sono e uma ligeira dor de cabeça talvez devido ao som do concerto estar um pouco alto de mais...
A paragem para o Leitão era necessária e a escolha recaíu no Vidal, em Aguada. Escolha esta que se gorou por estar lotado e bastante demorada a previsão para vagas. Fomos então ao João dos Leitões, restaurante calmo e asseado, com um Leitão, que sem ser muito bom, se revelou a um nível aceitável mas nada comparado com o Terras do Demo que estava no ponto!
Boas e interessantes conversas e agradáveis durante o repasto mas a viagem teria que prosseguir.
E lá nos mandámos para o Porto. Tudo correu bem felizmente! Estávamos entregues às famílias que amamos e prontos para outras aventuras!

Tiago Regadas

PS. Obrigado aos meus amigos Castro, Nuno Pedro e Joaquim pelos excelentes momentos que proporcionaram. Mais uma vez foi inesquecível. Até Vilar de Mouros, se tudo correr normamalmente e já com a presença das nossas mais do que tudo!