quinta-feira, 24 de julho de 2008

Reflexões

Amizade Sem Sinceridade

Acredita-se ter encontrado um meio de tornar a vida deliciosa através da bajulação. Um homem simples que apenas diz a verdade é visto como o perturbador do prazer público. Foge-se dele porque não agrada a ninguém; foge-se da verdade que ele enuncia, porque é amarga; foge-se da sinceridade que proclama porque apenas traz frutos selvagens; tem-se receio dela porque humilha, porque revolta o orgulho que é a mais estimada das paixões, porque é um pintor fiel que nos faz ver quão disformes somos. Não admira que seja tão rara: em toda a parte (a sinceridade) é perseguida e proscrita. Coisa maravilhosa, ela encontra a custo um refúgio no seio da amizade.
Sempre seduzidos pelo mesmo erro, só fazemos amigos para ter pessoas particularmente destinadas a nos agradarem: a nossa estima resume-se à sua complacência; o fim dos consentimentos acarreta o fim da amizade. E quais são esses consentimentos? O que é que mais nos agrada nos amigos? São os contínuos elogios que lhes cobramos como tributos. A que se deve que já não haja verdadeira amizade entre os homens? Que esse nome não seja mais do que uma armadilha que empregam com vileza para seduzir? «É, diz um poeta (Ovídio), porque já não existe sinceridade.» Com efeito, retirar a sinceridade da amizade é torná-la uma virtude teatral; é desfigurar essa rainha dos corações; é tornar quimérica a união das almas; é introduzir o artíficio no que há de mais santo e a perturbação no que há de mais livre.

Baron de Montesquieu, in "Elogio da Sinceridade"

Pensamentos




A Intensidade de um Sentimento


Creio que a intensidade de um sentimento tem que ver com o número de elementos a que se aplica. Penso assim que ele varia na razão inversa do número desses elementos. Quanto maior for o número de filhos, menor é a alegria ou o desgosto que cada um provoca ao pai. O máximo de sentir diz respeito a todos e divide-se portanto por cada um. Se um indivíduo é o chefe de um povo, transfere para a colectividade a sua capacidade de sentir. Assim ele é praticamente insensível perante a sorte de cada um. A famosa insensibilidade de um chefe tem que ver com isso. O mesmo para o autodomínio que se refere a um indivíduo particular. Julgo que na realidade se trata de uma distribuição do seu sentir por vários elementos dos quais por exemplo os filhos (ou ele próprio) são apenas uma fracção. O resto dessa fracção pode ir para os seus negócios, o seu partido político, os seus amigos ou amantes, o seu clube. E então o admitável autodomínio tem apenas que ver com uma parcela do sentir. E com essa parcela já se pode ser forte e aguentar. Isto, se se não trata apenas, como julgo já ter dito, de uma alienação da emotividade e seu motivo, ou seja de um apartá-los de si, de um torná-los estranhos, ou alheios, como na situação vulgar de uma dor que é dos outros e nos não diz portanto respeito. É, de resto, o que até certo ponto eu tento aqui com o caso do Lúcio, reduzindo-o à escrita, ou seja objectivando-o, ou seja, separando-o de mim.


Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 5'

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Roger Hodson


Boas, ontem assisti ao mini-concerto do Roger Hodgson no cais de Gaia, um dos antigos membros da banda Supertramp, e fiquei de facto impressionado com a ainda magnífica voz do "rapazote".
Penso que está intacta (talvez do vinho do Porto que ele consome) e adorei ouvir alguns dos êxitos de uma banda que em tempos me disse alguma coisa.

Só foi pena ouvir-se como que em ruído de fundo, música popular portuguesa (como lhe chamam agora!), vinda de uma festa mesmo ali ao lado. Talvez tenha sido uma falha ou de datas ou de erro geográfico por parte do Pelouro da Cultura da Câmara de Gaia.
Independentemente deste pequeno percalço, tudo correu bem, só não aconselho jantarem lá num restaurante que tem cerveja no nome, o atendimento é muito mau e as francesinhas também não se recomendam.$$$
abraço a todos do sempre amigo Tiago Regadas

sexta-feira, 11 de julho de 2008

SBSR 2008



Boas a todos.


Quando cheguei ao recinto já tocavam os Avenged e sinceramente não me despertaram a atenção o suficiente para me fazerem ao invés de ir beber umas cervejas, aproximar-me do palco.


Já quanto aos Slayer foi bem diferente, não porque seja adepto do tipo de som, e já ouço Metal à cerca de 23 anos (TENHO 36), mas porque quando dei por mim estava no meio de umas das sessões de mosh que se fizeram por lá, e deu para entrar bem no espírito e aquecer os motores para um dos melhores concertos que vi até hoje (e não foram poucos).




IRON MAIDEN - Esta foi a 3ª vez que assisti ao vivo a concertos destes Senhores do Heavy Metal. Foi a que mais me impressionou , não só pela competência dos seus membros mas sobretudo pelo público. Vi miúdos, graúdos e bem graúdos todos juntos, em polvorosas sessões de danças tribais (não aquele mosh super-agressivo como nos Slayer).


Putos que podiam ser meus filhos a mostrarem-me, vangloriando-se, tudo o que tinham sobre os Maiden.


Achei notável o comportamento e a entre_ajuda de todos quando alguém caía ou se sentia menos bem.


Saí a pensar que a malta do Rock está num nível de comportamento acima de outros tipos de estilo de som.




Abraço e parabéns a todos os que lá estiveram!



PS - pena de não ter assistido aos concertos seguintes mas a viagem até ao Porto é longa e dia 10 era para trabalhar.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Um Longo Dia




Este dia 9 Julho de 2008 irá com certeza ser um dia repleto de emoções.

Começará bem cedinho com umas calibrações de umas maquinetas esquisitas, seguir-se-á uma viagem até ao ISEP para aí me submeter a uma entrevista, a qual será certamente determinante na minha entrada ou não nessa instituição de ensino. Voltarei depois às tais maquinetas esquisitas para mais umas calibrações e... aqui é que começará a diversão: a viagem taõ esperada até ao Parque Tejo para aí assistir ao concerto dos IRON MAIDEN!


Espero que tudo corra pelo melhor principalmente o regresso, que irá ser a tarefa mais complicada (nevoeiro, gelo, etc).


Apenas mais uma nota: a não ida do meu melhor amigo! Facto que me entristece verdadeiramente, mas entendendo a sua escolha visto outras prioridades e bem mais importantes se afiguraram.

Mas não vou mal acompanhado por terei outros 2 grandes amigos comigo.


Abraço a todos principalmente a Ele


Um grande bem haja!!!

Beijos, já com muitas saudades para a minha Santa Esposa e para o LEO (o puto maravilha) (isto não é puxar o saco)