segunda-feira, 4 de abril de 2011

Manowar no Campo Pequeno: «Punhos ao alto e fé nos Manowar»


Manowar no Campo Pequeno: «Punhos ao alto e fé nos Manowar»
Diário Digital

Foi necessária uma dúzia de anos para voltar a ver os Manowar em terras lusas. O Campo foi Pequeno para uma batalha de duas horas e meia de power metal demolidor.

Está na moda remasterizar álbuns, adicionar músicas ao vivo e inéditos a essas reedições. Por necessidade ou não, os Manowar não fugiram à regra ao regravarem o velhinho «Battle Hymns» de 1982, rebaptizado »Battle Hymns MMXI». Ganharam números romanos, a narração do actor Christopher Lee e o regresso do baterista Donnie Hanzik. Para além das histórias épicas o original tinha motas, mulheres e cerveja; a versão remasterizada tem mais mulheres, mais motos, mais cerveja e mais tecnologia, tal como no concerto do Campo Pequeno.

As mensagens exibidas pelos fãs - «Back Home Kings of Metal», «The Time Strikes Now» ou «Hail and Kill» anunciavam a catarse dos lusitanos guerreiros e dos 12 anos de espera para ver os reis do metal. Com um arranque a fazer lembrar o inicio de qualquer um dos filmes da trilogia do Senhor dos Anéis, «Manowar» mostrou logo à partida umas das principais características dos seus concertos: decibéis muito elevados (desde 1986 que são uma das bandas detentoras de um dos PAs mais potente do mundo).

O avançar pelo «campo de batalha» dentro fez-se com hinos como «Death Tone» e «Battle Hymns» e, cedo se percebeu o porquê de, ainda, tanta gente gostar desta banda e esgotar salas para os rever. São exuberantes, tecnicamente irrepreensíveis e dedicados aos fãs. Eric Adams, vocalista de multi-octavas, é inspirador e tem dificuldades em optar entre o vinho tinto e a cerveja portuguesa (quando se deslocava aobackstage entre as canções). Ninguém grita como ele! Karl Logan, guitarrista, parecia manejar a espada de Hércules mas ligada às serpentes da Medusa tal a velocidade dos seus dedos, tendo como momento de glória o solo de «Sun of Death». Joe DeMaio, bom a falar português, também fez ecoar bem alto o seu baixo no tema-solo «William`s Tale» . O baterista Hanzik não perdeu a sua habilidade para dominar o pedal duplo da bateria.

O Campo Pequeno recebeu uma celebração do início ao fim, com conteúdo para dar e vender às actuais bandas, lições de humildade às mais antigas e acima de tudo gosto pelo que se chama de heavy metal. «Black Wind, Fire and Steel» já noencore, foi o culminar da celebração da manutenção do trono dos Manowar no metal mais clássico. 30 anos depois.

Sem comentários: