segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nestas minhas andanças pela vida, nunca chegando a conclusões porque hoje elas são conclusões mas amanhã já não deveriam ter sido. Acho que apenas vou aprendendo a pensar sobre os facto e a não os dar com certos, concluídos ou errados e inconcluídos.
Mas tudo isto porque tenho perdido um pouco a fé na amizade pura, desguarnecida de objectivos e de preconceitos. Claro que nunca serei também da razão, nem uma pessoa imaculada mas acho que me vou mantendo, ou pelo menos faço por isso, uns furos acima da média geral no que cerne às relações de amizade.
Tenho comprovado que o medo, sobretudo o medo, faz com que as pessoas pensem somente nelas e retirando-lhes a sensibilidade e sobretudo o bom senso. Sim o bom senso, que na minha opinião é das qualidades mais importantes na sociedade. Talvez aconteça devido à sociedade imensamente feroz no que toca aos planos financeiro e emocional. É nestes planos que regemos a nossa vida e pelos quais que a nossa vida se rege. Na minha opinião quase tudo está dependente do dinheiro e do sexo/amor. Tudo o que pensámos bem, de um segundo para outro muda para mal ou continua bem mas temos forçosamente que o aceitar mal.
Talvez tenha feito demasiada fantasia sobre a amizade e não sendo meu costume, me esteja a desiludir mais do que o habitual com este facto.
Acho que consigo lidar bem com estes factos devido a ter durante a minha carreira profissional vivido sempre um pouco na incerteza, tanto no aspecto da amizade como no aspecto profissional. O facto de ter de lutar todos os dias com colegas de trabalho por um lugar que semanalmente nunca poderia ser de todos foi duro psicológicamente mas trouxe-me um arcabouço diferente da maior parte das pessoas. O estar anualmente, com o chegar do fim das épocas futebolísticas, a ansiar pelas renovações de contrato ou da notícia da dispensa era desgastante! Penso que terei sido algo afortunado neste aspecto porque só por duas vezes em vinte e muitas é me tocou a mim. No entanto a alguém tocava todas as épocas...e todos sofríamos com isso, porque mesmo sendo a colegas com quem às vezes não tínhamos as melhores relações, eles também tinham famílias e a maior parte tinha que as sustentar.
Acho que foi por ter passado tantas vezes por estas situações que neste momento as encaro com alguma normalidade. De uma coisa me orgulho, é que desta profissão que tive durante tantos anos que foi a de futebolista, muito poucos terão feito tantas amizades como eu. E não falo de amizades superficiais e correm apenas enquanto a vida bem e sem problemas. Falo sim de amizades que estão sempre presentes no bom mas principalmente no mau. Sim quando precisamos de ajuda e eles estão lá, ou se não estão aparecem. Isto eu chamo de amizade sem subterfúgios ou objectivos.
Penso que será do sono que me estou a perder um pouco na escrita, porque já não me lembro o porquê deste texto e não me apetece rollar o scroll do rato.
Acho que vai ficar assim, ao menos fica verdadeiro e confuso...
Abraço

1 comentário:

Marco Nascimento disse...

É sempre bom que se fale do que nos vai na alma. Confuso ou não.
Porém, neste caso específico, ler-te faz-me doer amigo. Não percas nunca a fé na amizade. Pensa antes que, o mundo que te rodeia está repleto de pessoas como tu. Com medos, dúvidas e inseguranças. O mundo está repleto de gente, que, assim como tu, todos os dias perde a fé na humanidade. Isso, só nos enfraquece... enfraquece-nos como indivíduos mas, sobretudo, como grupo agente directo na interacção com o meio.
Para que a amizade valha e tenha força para marcar a contar, é preciso que ela nunca seja posta em causa. Pode parecer cliché mas, "Não te perguntes a ti mesmo o quanto os teus amigos gostam de ti, diz-lhes tu o quanto gostas deles". A amizade fazêmo-la nós mesmose perder a fé nisso é só lapso de amor próprio.

Estarei sempre aqui para ti.